sábado, 9 de maio de 2020

Fado III (recolha em Flores sem fructo, Almeida Garrett)

O poeta havia levado mais um revez, dos muitos da sua combatida e aventurosa existência.

Retrato de Almeida Garrett (detalhe), Manuel Araujo Porto-Alegre, 1833.
Instituto Camões

Estava n'um momento análogo áquelle, que lhe inspirara — n'umas paginas de prosa, que vêm nas "Flores sem fructo" — esta apostrophe á solidão:

"Solidão, eu te saúdo! Silencio dos bosques, salve!
A ti venho, ó natureza: abre-me o teu seio.
Venho depor n'elle o peso aborrecido da existência; venho despir as fadigas da vida."


Suppunha, illudido pela dor, que poderia prescindir do mundo, elle, o mais mundano de todos os artistas; elle, para quem os fastígios do poder, as pompas do luxo, os máximos requintes do gosto; as pérolas, as saphiras, as esmeraldas e os diamantes, rutilando no seio, nas mãos, nos cabellos negros retintos, ou loiros acendrados, da mulher apetecida — ou adorada — se tornavam impreteriveis!

Mas, no momento, a sua dor era intensa e sincera; por isso, confirmando o preceito de Horácio, ao descrevel-a, a todos nos commovia. Grandes foram as provações, porque passou aquelle desmesurado espirito! 

Para quem o lidou de perto, sobretudo nos últimos tempos, pelos seus versos — "Flores sem fructo", e "Folhas caídas" — é fácil determinar quaes foram as crises, os accessos dolorosos, no drama d'aquelle coração, que teve mais de um affecto, que facilmente se deixava seduzir, mas que tão profunda, tão arrebatadamente se apaixonava! 

Depois de grandes desgostos domésticos, que as dicacidades brutaes e malévolas de ânimos corrompidos vinham ainda envenenar, o poeta parecia succumbir aos revezes da má fortuna.


Uns versos das "Flores sem fructo" explicam o estado da alma do auctor do "Camões", n'esse periodo. Não é a dor acerba, é o desalento supremo; tédio, fastio moral, o mais requintado tormento, que pode cruciar o homem!

Quando uma luz imprevista, serena e penetrante, o veiu arrancar áquella apathia moral, o poeta disse: 

Eu caminhava só, e sem destino,
No deserto da vida;
N'alma apagada a luz, e o desatino
Na vista esmorecida:
E afastava de mim, que me impeciam
No caminhar adeante,
Os prazeres dos homens, que sorriam,
E a turba delirante
De seus empenhos vãos. — Aos que gemiam
Sorria eu de inveja...
Quem podéra gemer!... mas arredava
Esses também: não seja
Traição a sua dor! — Eu caminhava
Só, triste, só, sem luz e sem destino,
A vista esmorecida,
A alma gasta, apagada, e ao desatino.
No deserto da vida.

Quem não atravessou uma crise funesta não escreve assim. A vida do homem tem d'estes momentos psychologicos; mas é preciso ser um grande artista, para lhe acertar com a nota verdadeira, propriamente humana!

Mais adeante, appellando para o suicídio, o poeta exclama:

E sentei-me, cansado, n'um rochedo, 
Triste como eu, e só, 
No meio d'este valle de degredo, 
De lagrimas e dó. 
Caíu-me a fronte sobre as mãos pesada, 
E meditei commigo: 
— Nâo é melhor pôr fim a esta jornada, 
E poisar no jazigo?...

Do céo, morno e pesado, as nuvens rarefazem-se, e elle diz: 

Olhei... e vi o azul do firmamento 
Só, sem nenhum brilhar 
De estrellas, ou de lua...
Mas logo se inundava, n'um momento, 
De uma luz alva, doce e resplandente, 
Que me entrou toda n'alma!...

Esta luz, esta nova estrella do poeta, era de certo a singular creança de dezoito annos, cheia de talento, primorosamente educada, bella, e, sobretudo, fina, que se enamorara perdidamente do génio e da viuvez de coração de Almeida Garrett, cujo nome era saudado nos jornaes, applaudido no theatro, coroado no parlamento, e nas academias!

Elle emprestou-lhe a "Nova Heloísa" do apaixonado João Jacques [Rousseau, Jean-Jacques, Julie ou la Nouvelle Héloïse]. O livro levava, a lápis, umas notas intencionaes. 

Adelaide respondeu a ellas, e um dia, cega, arrebatada, perdida, pungido o coração que exhaurira, na anciã de amar, as derradeiras notas do prazer, deixou tudo, tudo... o enleio das suas phantasias virginaes, o ambicionado futuro de uma união santa, o mundo, e a fama e o seio materno, para refugiar-se, transportada, nos braços do genial poeta!

Quem lhe não havia de perdoar o seu erro, o seu crime — se crime foi — redimido por tamanho amor!

cf. Bulhão Pato, Memórias I, 1894


FLORES SEM FRUCTO

Em quanto fui poeta affrontei-me que m'o chamassem; hoje tenho pena e saudade de o não poder já ser. Era uma viciosa vergonha a que eu tinha, porque não ha melhores nem mais nobres almas que as dos poetas: agora o conheço bem, desde que o não sou, e que sinto as picadas das más paixões e dos acres sentimentos da baixeza humana avisarem-me que está commigo a edade da prosa; como ao que teve folgazan e solta mocidade o avisam os primeiros latejos da gotta de que lhe está a velhice a entrar em casa. 

Dieta, regularidade e moderação prolongam a juventude do corpo; mas quando a alma chegou a enrugar-se, não ha hygiene que a desfranza. A minha está velha; e a todos os achaques da velhice, junta essa fatal e matadora saudade do passado. Quanto dera eu por ver e sentir como via e sentia quando pensava pouco e sentia muito! Quem me dera ser o louco, o doido, o poeta que eu tinha vergonha de ser! E de que me serve a reflexão, a experiência, a razão como lhe chamam, senão é para ver de outro modo as illusóes da vida, para as ver do lado feio, torpe, baixo e vulgar, quando eu as via d'antes esmaltadas de todas as cores do íris, bellas de toda a poesia que estava na minha alma, grandes de todas as virtudes que eram no meu coração! 

Ora pois! não sou já poeta: podem-me fazer "almotacé do meu bairro", quando quizerem. Forte semsaborão ganhou a pátria! E custou: que levaram muito tempo e muito trabalho para me despoetizarem  foram precisos annos de rudes luctas, centos de desenganos, milhares de desapontamentos para me fazerem conhecer o mundo tal como elle é, os homens, como elles são. Cheguei emfim a isso, e deixei portanto de ser poeta. O meu horto de flores tam queridas e mimosas, que não davam fructo, mas alimentavam a vida com seus aromas de benéfica e nutriente exhalação, que eram como aquelloutras flores de que disse Camões: 

Contam certos auctores 
Que, junto da clara fonte 
Do Nilo os moradores 
Vivem do cheiro das flores 
Que nascem n'aquelle monte.

o meu horto vou plantal-o de luzerna e betarrabas. E arranquemos estas "flores sem fructo", não as veja algum utilitário que me condemne de relapso, a ir, de carocha e sambenito poético, arder n'algum auto da fé que por ahi celebrem em honra de Adam-Smith ou de João Baptista Say, ou dos outros grandes homens cuja sciencia é como a do Horatio de Shakespeare que não vê "mais coisa nenhuma entre o céu e a terra do que as que sonha a sua philosophia." 

Não as colhi pois, arranquei as, estas pobres flores que aqui enfeixo n'uma triste e última capella para deixar dependurada na minha cruz; e ahi murche e seque ao suão ardente do deserto em que fica, até que me venham enterrar ao pé della, aqui onde eu quero jazer junto das ultimas recordações poéticas da minha vida, dos últimos sonhos que sonhei acordado, e que valem mais do que todas as realidades que depois tenho visto.

E não cuides, amigo leitor, que eu quero dizer n'isto que não fiz senão versos atégora, que não farei senão prosas daqui em deante. Por meus peccados, fiz mais prosas que versos, e ajudei a gastar com ellas a mocidade da minha alma e a frescura do meu coração; baixei de sobejo ao mundo das realidades, quando tinha azas para me remontar ao ideal, e pairar-me pelas regiões onde viçam as eternas floras do génio. Fiz, quando não devia, fiz prosa em annos de versos. Quem sabe se a stulta vaidade que m'o fez fazer então, me não levará também para o diante a fazer versos em annos de prosa?

Não é minha tenção, mas não o juro; que isto de ser poeta é como ser embarcadiço; um dia aperta a vontade, comem os desejos por tal modo que se vae um homem por esses mares fora, e só no meio do temporal se lembra de que já não é para similhantes folias.

Isto porém que nasce espontâneo d'alma, que vem, como ejaculação involuntária de dentro, quando trasborda o coração de jubilo ou de pena ou de admiração; isto que é o falar do homem para Deus n'aquellas phrases incoherentes, inanalysaveis pelas grammaticas humanas, porque são reminiscências da lingua dos anjos que elle soube antes de nascer, isto que se entoa e se canta no coração, antes e muito mais bello do que o repita a lingua, d'esses versos não tornarei eu a fazer, porque não posso, porque era mister que Deus fizesse o milagre de me remoçar a alma: e não o fará.

São pois estas quasi absolutamente as últimas coisas lyricas que, por vontade e auctorisação minha, se publicarão dentre tantissimas que fiz e que, pela maior parte, tenho destruido. Não faltará quem diga talvez que melhor fora que o fizesse a todas. Mas não é essa a opinião nem a vontade das maiorias que consultei. E já se vê que, segundo a moda dos tempos, eu consultei as minhas maiorias, e não fiz caso das outras: ás quaes todavia — e não á moda do tempo — deixo o direito salvo para ralhar livremente e como quizerem.

Já se vê bem assim o porque ponho este titulo de "Flores sem fructo" á pequena collecção de poesias que aqui vae. Nem todas são de primavera estas flores; ha de várias estações: fructo é que nenhuma deu. Deixariam de ser flores poéticas se o dessem.

O nosso Miguel Leitão chamou á sua "Miscelanea", "Ensalada de várias hervas" — e esse príncipe allemão que é tanto moda, e que escreve com tam desgarrada elegância, pôs a uma das suas collecções de rhapsodias criticas o titulo italiano de "Tutti-frutti", que significa o mesmo quasi. E não cuidem que este príncipe que cito com ser príncipe prussiano também, é o aventureiro que aqui andou ha dous annos a rabiscar semsaborias a respeito da nossa terra, mettendo para o sacco toda quanta calumnia e mentira lhe deram os estrangeiros e estrangeirados que nos devoram e detestam, para as espalhar depois pela Europa, afim de que o mundo diga: "Muito favor lhe fazem os oppressores daquelle bruto e estúpido Portugal em o governarem a pontapés e lhe tirarem o último cruzado novo de que elle não sabe usar!"

Bemdita seja a nobre e generosa princeza que tratou o bandoleiro como elle merecia, e que não tolerou deante de si o calumniador de sua família e da nação que a adoptara! Assim fizessem os outros! Não senhor "Semi-lasso", auctor de "Tutti-frutti", é outra casta de principe: talvez o tratassem mal aqui se elle cá viesse. E não me peja de seguir o seu exemplo de longe, escolhendo o titulo que escolhi para esta miscelânea de reminiscências poéticas.

Mas nem somente são de várias estações, são também de várias e mui desvairadas espécies estas flores. Ao pé do acantho da lyra antiga, vae o trevo e o goivo que enramavam o alahude romântico; o nardo, a mangerona e a mesma rosa da Palestina ousaram crescer entre o loto e os myrtos da Attica: e não em jardim simetrico, riscado a régua e compasso como os do século passado, mas de paizagem livre em que se aproveitaram os descuidos e accidentes da natureza e do terreno.

Algumas poucas peças politicas leva esta collecção; e dellas ha que nem eu já entendo bem; tanto mudaram em tam poucos annos, circumstancías e pessoas que a inspiraram. Mas não as podia tirar de um livro em que vae consignada a maior ou melhor parte das minhas sensações poéticas em toda uma época, e essa a mais aventurosa, a mais cheia e mais importante da minha vida.

Novembro 3 — 1843. (1)


(1) Teophilo Braga, Obras completas de Almeida Garrett, Volume I, 1904


Referências externas:  
Obras de Almeida Garrett na Biblioteca Nacional de Portugal  
Obras de Almeida Garrett em archive.org 
Almeida Garrett, Obras Completas, Vol. I (com ilustrações de Joaquim Manuel de Macedo)  
Almeida Garrett, Obras Completas, Vol. II (com ilustrações de Joaquim Manuel de Macedo)

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O partido setembrista, Lisboa 1836
Manoel da Silva Passos, Lisboa 1836
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Almeida Garrett
Garretismo
Os pincéis do Neogarretismo prévio



Internet Archive (referências biográficas):
Domingos Manuel Fernandes, Biographia politico-litteraria..., 1873
Teophilo Braga, Historia do romantismo em Portugal... Garrett, Herculano, Castilho, 1880
Francisco Gomes de Amorim, Garrett, memórias biográficas, Tomo I, 1881
Francisco Gomes de Amorim, Garrett, memórias biográficas, Tomo II, 1884
Francisco Gomes de Amorim, Garrett, memórias biográficas, Tomo III, 1884
Alberto Bessa, Almeida Garrett no Pantheon dos Jeronymos, 1902
Alfredo de Pratt, O divino poeta, 1903
Latino Coelho, Garrett e Castilho, estudos biográficos, 1917

Internet Archive:(bibliografia):
Catão [1821], 2.a ed. 1830
Teophilo Braga, Obras completas de Almeida Garrett, Volume I, 1904
Teophilo Braga, Obras completas de Almeida Garrett, Volume II, 1904
...

Biblioteca Nacional de Portugal:
Bicentenário de Almeida Garrett
Roteiro bio-bibliográfico
Obras em formato digital
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A Question of Timing: Madalena's role as 'uma mulher à beira duma crise de nervos'
Catão em Plymouth
O Camões garrettiano
Um Auto de Gil Vicente and the Tradition of Comedy
Iconografia

Biblioteca Nacional de Portugal (bibliografia):
Hino Patriótico (poema), Porto 1820, folheto impresso [Recuper. por Teófilo Braga, in Garrett e os Dramas Românticos, Porto 1905]
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O Dia Vinte e Quatro de Agosto (ensaio político), Lisboa Ano I (1821)
O Retrato de Vénus (poema), Coimbra Ano I (1821) [Incl.: Ensaio sobre a História da Pintura]
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Aos Mortos no Campo da Honra de Madrid. Epicédio, folheto [reprod. do Jornal da Sociedade Literária Patriótica, 2º trim., nº 18 (13 Set.), Lisboa 1822, vol. II, pp. 420-423]
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Dona Branca, ou A Conquista do Algarve (poema), Paris 1826
Da Europa e da América e de Sua Mútua Influência na Causa da Civilização e da Liberdade (ensaio político), in O Popular, jornal político, literário e comercial, vol. IV, nº XIX (Mai.), Londres 1826, pp. 25-81
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Carta de Guia para Eleitores, em Que se Trata da Opinião Pública, das Qualidades para Deputado e do Modo de as Conhecer (ensaio político), Lisboa 1826, opúsculo Adozinda. Romance (poema), Londres 1828 [Incl.: Bernal Francês]
Lírica de João Mínimo, Londres 1829
Lealdade, ou a Vitória da Terceira (canção), Londres 1829, folheto Da Educação. Livro Primeiro. Educação Doméstica ou Paternal, Londres 1829
Portugal na Balança da Europa. Do Que Tem Sido e do Que Ora Lhe Convém Ser na Nova Ordem de Coisas do Mundo Civilizado (ensaio político), Londres 1830
Elogio Fúnebre de Carlos Infante de Lacerda, Barão de Sabroso, Londres 1830, folheto Carta de M. Cévola, ao futuro editor do primeiro jornal liberal que em português se publicar (panfleto político), Londres 1830 [Pseud.: Múcio Cévola, 2ª ed. transcrita in O Pelourinho, nº V, Angra [1831?, com o título Carta de M. Cévola, oferecida à contemplação da Rainha, a senhora Dona Maria segunnda]
Relatório dos decretos nº 22, 23 e 24 [reorganização da fazenda, administração pública e justiça], Lisboa 1832, folheto [Reprod. in Colecção de Decretos e Regulamentos [...], Lisboa 1836]
Manifesto das Cortes Constituintes à Nação, Lisboa 1837, folheto [Reprod. in Diário do Governo, nº199 (24 de Ag.), Lisboa 1837]
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Discurso do Sr. Deputado por Lisboa J. B. de Almeida Garrett na Discussão da Lei da Décima , Lisboa 1841, folheto
O Alfageme de Santarém, ou a Espada do Condestável, Lisboa 1842
Elogio Histórico do Sócio Barão da Ribeira de Saborosa, in Memórias do Conservatório Real de Lisboa, Tomo II (8), Lisboa 1843
Memória Histórica do Conselheiro A. M. L. Vieira de Castro, biografia, Lisboa 1843, folheto [Anón., sobre o ministro setembrista António Manuel Lopes Vieira de Castro]
Romanceiro e Cancioneiro Geral, Lisboa 1843 [Incl.: Adozinda (2ª ed.) e outros «romances reconstruídos»]
Miragaia, Lisboa 1844, folheto impresso [de Jornal das Belas Artes] Frei Luís de Sousa, drama, Lisboa 1844 [Incl.: Memória. Ao Conservatório Real, lida na representação do drama no teatro da Quinta do Pinheiro em 4 de Julho 1843]
O conselheiro J. B. de Almeida Garrett [Autobiografia], in Universo Pitoresco, nº 19-21, Lisboa 1844 [Carta sobre a origem da língua portuguesa], ensaio literário, in Opúsculo Acerca da Origem da Língua Portuguesa [...] por dois sócios do Conservatório Real de Lisboa, Lisboa 1844
O Arco de Santana. Crónica portuense, romance, vol. I, Lisboa 1845 [Anón.]
Os Exilados, À Senhora Rossi Caccia, poesia, Lisboa 1845, folheto [Reprod. in Revolução de Setembro, nº 1197 (31 Mar.), Lisboa 1845, p. 2, anónimo e título A Madame Rossi Caccia, cantando no baile de subscrição a favor dos emigrados]
Memória Histórica do Conde de Avilez, biografia, in Revolução de Setembro, nº 1210 (15 Abr.), Lisboa 1845
Flores Sem Fruto (poesia), Lisboa 1845
Da Poesia Popular em Portugal, ensaio literário, in Revista Universal Lisbonense, Tomo V, nº 37 (5 Mar.) – 41 (2 Abr.), Lisboa 1846; [cont. sob título:]
Da Antiga Poesia Portuguesa, in id., Tomo VI, nº 9 (23 Jul.), 13 (20 Ag.), Lisboa 1846
Viagens na Minha Terra, romance, 2 vols., Lisboa 1846
Filipa de Vilhena, comédia, Lisboa 1846 [incl.: Tio Simplício, comédia, e Falar Verdade a Mentir, comédia]
Parecer da Comissão sobre a Unidade Literária, in Revista Universal Lisbonense, nº 16 (10 Set.), Lisboa 1846, vol. VI, sér. II, pp. 188-189 [dito Parecer sobre a Neutralidade Literária, da Associação Protectora da Imprensa Portuguesa, assinado por Rodrigo da Fonseca Magalhães, Visconde de Juromenha, A. Herculano e João Baptista de A. Garrett]
Sermão pregado na dedicação da capela de Nª Srª da Bonança, folheto, Lisboa 1847 [raro, reproduzido com o título Dedicação da Capela dos Srs. Marqueses de Viana (...) in Escritos Diversos, Lisboa 1899,
Obras Completas, vol. XXIV, pp. 281-284, redac.: Lisboa 1846]
Memória Histórica da Excelentíssima Duquesa de Palmela, Lisboa 1848 [folheto]
Memória Histórica de J. Xavier Mouzinho da Silveira, Lisboa 1849 [separ., reprod. de A Época. Jornal de indústria, ciências, literatura, e belas-artes, nº 52, tom. II, pp. 387-394]
O Arco de Santana. Crónica Portuense, romance, vol. II, Lisboa 1850
Protesto Contra a Proposta sobre a Liberdade de Imprensa, abaixo-assinado, folheto, Lisboa 1850 [Subscrito, à cabeça, por Herculano e mais cinquenta personalidades, contra o projecto de «lei das rolhas» apresentado pelo governo]
Necrologia de D.ª Maria Teresa Midosi, in Diário do Governo, nº 221 (19 Set.), Lisboa 1950
Romanceiro, vols. II e III, Lisboa 1851
Cópia de uma Carta Dirigida ao Sr. Encarregado de Negócios da França em Lisboa, Lisboa (19 Agosto) 1852 [litogr., sobre o tratado de comércio e navegação com o governo francês, que assinou como ministro dos negócios estrangeiros]
O Camões do Rossio, comédia, Lisboa 1852 [co-autoria de Inácio Feijó]
Folhas Caídas, poesia, Lisboa 1853
Fábulas – Folhas Caídas, poesia, 2ª ed., Lisboa 1853

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