quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Almeida Garrett por Bulhão Pato: na vida íntima

Ao passo que Almeida Garrett se comprazia, na vida publica, com as honrarias, tantas vezes futeis, do mundo official, chegando, não raro, a ufanar-se, com vaidade feminina de uma venera, de uma fita, de uma ninharia qualquer, na vida intima era o homem mais desaffectado e mais simples que pôde haver. 

Almeida Garrett, medalhão do tecto da Camara Municipal de Lisboa.
Arquivo Municipal de Lisboa

Ninguém se aproximava d'elle a pedir-lhe conselho, que o não achasse prompto a dar-lh'o e com a maior sinceridade.

Desvelava horas inteiras no lavor de corrigir uma obra onde havia talento, mas a que faltava a forma.

Algumas ingratidões, bem negras, recebeu em paga da sua honrada abnegação!

Como todos os homens de gosto superior, Garrett era um grande critico. 

Na sua conversação particular abria-se uma mina de conceitos delicados e de observações profundas.

Á sombra de um tio, o bispo de Angra, homem de muitas e boas letras, Garrett fizera os seus estudos clássicos.

Sabia o grego e estudara os immortaes modelos na lingua original.

Dos escriptores dos tempos modernos, os seus predilectos eram Shakespeare, Schiller, Goethe. Acima de todos Shakespeare; como Lord Macaulay, Garrett julgava-o o primeiro poeta do mundo, depois de Homero.

Monumento a Goethe e Schiller (1850), Weimar.
Wikipedia

Quando fallava do auctor do Hamlet brilhavam-lhe os olhos com o mais sincero enthusiasmo, e muitas vezes lhe ouvi declamar, no seu elegante estylo, a scena do cemitério e o immortal monologo: "Ser ou nao ser".

Procession of Characters from Shakespeare's Plays.
Wikipedia

Almeida Garrett não tinha a memoria das palavras, a menos valiosa de todas. Raros fragmentos dos seus versos sabia de cór; mas conseguira decorar os "Sinos [Das Lied von der Glocke]" de Schiller e o "Cinque Maggio" de Manzoni.

Principiou a traduzir os "Sinos".

Lembro-me que nas estrophes que me leu havia uns versos saphicos, rimando o hemistichio com o final do verso antecedente, que me produziram excellente effeito; elle, porém, afirmava-me que d'ali ao original ia uma distancia immensa.

Um dia rasgou tudo.

Garrett tinha o seu modo peculiar de trabalhar, como têm todos os escriptores.
Nao podia prescindir de lume no inverno. Embora o frio não apertasse, havia de olhar para o fogo, aconchegar os toros de madeira, excitar o brasido e atear as labaredas.

Não emendava os períodos ou as estrophes ao passo que se iam succedendo. Só depois de concluída a obra delineada é que principiava a corrígir e a apurar a forma.

Ás vezes, quando não achava palavra, phrase ou locução para exprimir a sua idéa, e a encontrava em francez, inglez, allemão ou italiano, linguas que elle sabia perfeitamente, escrevia-a em qualquer d'essas linguas, e só depois lhe vertia o sentido em portuguez.

Ninguém era mais cuidadoso e demoradoem rever, corrigir, alterar, limar, polir as suas obras. As "Viagens na nínha terra", que nos correm na leitura como a conversação mais fácil e elegante, foram emendadas mil vezes.

Teophilo Braga, Obras completas de Almeida Garrett, Volume II, 1904

Depois de irem para a imprensa, tiravam-se quatro ou cinco provas. Ainda está vivo o chefe da officina da Revista Universal, onde se publicaram as "Viagens", e bem se lembra elle que muitas vezes se deu a todos os santos, senão a todos os demónios, com aquellas intermináveis emendas.

Não admira. A decima copia do Telemaco não se pode ler, e nada ha que pareça ter sido escripto com maior facilidade.

Um dos grandes prazeres de Garrett era ouvir ler.

Commodamente recostado na famosa cadeira allemã da casa da Ajuda, pedia-me alguns pedaços da sua predilecção.

Tinha-me apresentado, havia mezes, a um italiano que passou muitos annos em Portugal, homem de letras, díscipulo de declamação do maior trágico de Itália — o Modena. Era um bello homem aquelle italiano: chamava-se César Perini di Lucca. Tinha sido meu mestre de declamação. 

Eu fui o ledor de Garrett nos aprasiveis ou antes deliciosos e saudosissimos dias da Ajuda. 

Lisboa, Vista do Paço da Ajuda, Louis Lebreton, c.1850.
Biblioteca Nacional de Portugal

A "Batalha de Chrissus", no Eurico, era uma das paginas de literatura pátria que Almeida Garrett mais apreciava. 

Dizia sempre:

— É admirável, é inexcedivel de verdade. Quem nunca esteve n'um campo de batalha não escreve aquillo. É preciso entrar na refrega, ver de perto a cara do inimigo, como o Herculano tantas vezes viu, para fazer o magnifico capitulo do Eurico.

Eurico, o Presbítero, Alexandre Herculano, 1844.
Projecto Adamastor

As horas passavam-se com voluptuosidade indescriptivel, ouvindo discorrer o visconde de Almeida Garrett sobre os lances da sua vida. Eram notas intimas a propósito de muitos versos e muitas paginas de prosa!... Commentarios adoráveis... feitos com o melhor das recordações juvenis!

Aquellas inglezas que apparecem nas "Viagens", aquellas três irmãs, que todas tinham amado tanto d'alma o singular académico, não eram apenas uma ficção do poeta. Haviam existido; tinha-as elle admirado entre as brumas da Inglaterra, graciosas como as virgens de Ossian.

Uma d'ellas, a arrebatada Georgina, fez delírios pelo emigrado portuguez, e acabou por fim n'um convento, não podendo vencer a primeira e ultima paixão da sua vida!

Aquella menina de "olhos verdes", como duas esmeraldas das mais finas aguas, também não era um mero capricho da imaginação.

Pela primeira vez a viu o poeta, n'um dia de Corpo de Deus — e esteve na casa onde ella estava, e o dia e a noite correram como por encanto!

Subita, mas violenta e irresistível, foi a impressão que ella sentiu pelo homem, que mais para o diante havia de perpetuar-lhe o nome.

Na verdade, as mulheres, mas sobre tudo as mulheres extremamente vaidosas, nâo deviam amar senão os grandes homens.

Só elles têm o poder de as legar á posteridade com o prestigio da formosura, radiantes, luminosas, coroadas com as rosas da primavera eterna!

Teophilo Braga, Obras completas de Almeida Garrett, Volume II, 1904

Estes commentarios de Garrett aos seus versos, e ás suas prosas apaixonadas, não tinham preço!

E quando o assumpto variava e se punha a pintar os homens e as cousas do seu tempo!...

Ironia tão fina e, ás vezes, tão cruel, nunca a conheci em ninguém!

Não usava d'ella senão a tempo e a horas, quando o provocava alguma inchada vaidade, ou algum prepotente se atrevia a embaraçar-lhe o caminho.

Então era ferino... E assim è que tremiam d'elle!

A propósito da agudeza dos seus ditos, que eram innumeros, citarei um.

Certo ministro, que tinha entre muitas vaidades a vaidade de fallar com grande apuro a lingua, levava o fátuo exagero ou antes a crassa ignorância a pronunciar por exemplo, a letra g — na palavra augmentar.

Garrett dizia:

— "Cuidado com elle. Sempre é homemsínho que até faz fallar as mudas!"

Almeida Garrett havia muito, como elle próprio o conta no magnifico prefacio do seu drama, que andava pensando no meio de realisar o trágico episodio de "Frei Luiz de Sousa."

D. João de Portugal segundo pintura original de Miguel Angelo Lupi.
Frei Luís de Sousa (cena XIV do 2° acto)
Teophilo Braga, Obras completas de Almeida Garrett, Volume I, 1904

A politica, as distracções do mundo, a que era tão dado, aquellas "estrellas fixas", de que elle falia, "que dominam a existência, que tolhem o alvedrio, que não deixam livre na vida nem o ver, nem o pensar, nem o sentir, nem o querer, nem a rasão, nem a imaginação...", essas estrellas tão propicias para a arte, porque foram as suas grandes inspiradoras, como femininas que eram, tinham os seus caprichos, e ás vezes não consentiam que o poeta fizesse cousa alguma no mundo, que não fosse admirar e adorar a sua luz fascinadora!

Em 1842 quiz a boa fortuna, é caso de dizer assim, quiz a boa fortuna, que Almeida Garrett apanhasse uma tremenda canellada.

Mettido em casa, de perninha, dias e dias, como matar o tédio d'aquellas horas senão trabalhando...

Pôz mãos á obra.

A sobriedade das linhas, a propriedade e elevação das figuras, o modo simples de conduzir a acção até á catastrophe, tudo quanto lhe andava na phantasia havia muito, tomou forma precisa, e o poeta realisou o seu ideal.

A. Herculano só passados quinze dias é que soube da bemdita canellada.

Foi visitar Garrett, que morava então no pateo do Pimenta. Achou-o cercado de folhas de papel escriptas com mão nervosa.

Egreja das Chagas, gravura de João Pedroso, 1863.
Em 1898, se não me engano, consentiu a Camara, por motivos de certo muito transcendentes, mas que ficaram desconhecidos, um roubo artistico feito a um dos mais bellos miradoiros de Lisboa: permittiu o alteamento de um grande prédio do pateo do Pimenta, por forma que interceptou a vista para sueste (cf. Julio de Castilho, Lisboa Antiga Vol. II).
Hemeroteca Digital

O poeta tinha uma expressão radiante nos olhos, reflexos do contentamento que estava na alma como que illuminada de luz siderea!... estado indescriptivel do espirito do homem de génio quando dá vulto ao ideal com que andou enleado por tanto tempo, extasis onde ha alguma cousa de doloroso, porque o artista tem saudades de deixar a sua obra, apesar de concluída!

Garrett leu a A. Herculano o "Frei Luiz de Sousa".

O auctor do "Monge de Cister" teve um dos mais fervorosos enthusiasmos da sua vida, ouvindo aquelle drama, que é a maior e a mais completa obra de arte do grande poeta.

Fallei já, n'este livro, no valor e no sangue frio de Garrett em meio das luctas da tribuna; — em todos os outros lances da sua vida apresentava a mesma serena coragem. 

Tenho aqui diante dos olhos uma prova d'esta verdade. 

São umas palavras escriptas no álbum do nosso primoroso poeta e meu honrado amigo, António Pereira da Cunha, no dia em que Almeida Garrett devia bater-se com um bravíssimo soldado, Joaquim Bento — barão do Zêzere. 

Aqui estão as palavras que mandou ao seu amigo e illustre poeta no dia em que devia realisar-se o combate — 24 de junho de 1843. 

São escriptas com a sua letra mais firme, letra que nas linhas tão puras e tão graciosas tem o quer que seja do indolente e voluptuoso que havia no estylo do auctor das "Folhas Caídas". Aqui as transcrevo, sentindo não poder dar o fac-simile:

"Que hei de eu pôr no álbum do joven poeta? — A sua futura coroa de loiro e hera? — a grinalda de rosas que já mereceu?

Eu de quantas rosas colhi no jardim da vida sinto que nao tenho já senão o espinho de alguma lembrança. 

Ess'outras folhagens de gloria — sem prazer? — senti-as um momento — refrescando-me as artérias que batiam na fronte... seccaram logo — e varreu-as para longe o vento. 

Não tenho saudades d'ellas.

Que hei de eu então pôr no álbum do joven poeta? O desengano que esta vida e este mundo é todo prosa — que a poesia é um sonho, a gloria vaidade — a felicidade chymera?

A poesia encurta a existência porque resume e concentra a vida, mas o poeta vive séculos em horas, porque n'elle o coração é tudo. 

O espirito faz tudo, menos poetas.

A fortuna dá tudo, menos felicidade.

No coração está a poesia e a felicidade que pode haver na terra.

Busque-as ahi o joven poeta, e não se lhe dê da rosa que murcha, do loiro que secca, da fortuna que muda, da morte que vem. 

Os homens da prosa baixa e villã riem-se d'isto, mas quando morrem choram... porque tudo o que tinham lhes fica na terra (a allusão ao momento é bem clara).

O poeta leva tudo comsigo — e sorri para a eternidade, que é sua. 

Garrett no Panteão, Teixeira Lopes, fotografia Emílio Biel, Homenagem a Garrett
(Ateneu Comercial do Porto), 1902.
Delcampe

Eu nunca fiz mal a ninguém, senão a mim. Só tenho remorso da prosa que fiz. 

Avante o joven poeta ! E em bem o fadem estas linhas que lhe escreve hoje aqui no seu álbum.

João Baptista de Almeida Garrett. 

24 de junho de 1843". (1)


(1) Bulhão Pato, Sob os Ciprestes, 1877


Artigos relacionados:
O partido setembrista, Lisboa 1836
Manoel da Silva Passos, Lisboa 1836
O retiro de um velho romântico
Almeida Garrett
Garretismo
Os pincéis do Neogarretismo prévio




Internet Archive (referências biográficas):
Domingos Manuel Fernandes, Biographia politico-litteraria..., 1873
Teophilo Braga, Historia do romantismo em Portugal... Garrett, Herculano, Castilho, 1880
Francisco Gomes de Amorim, Garrett, memórias biográficas, Tomo I, 1881
Francisco Gomes de Amorim, Garrett, memórias biográficas, Tomo II, 1884
Francisco Gomes de Amorim, Garrett, memórias biográficas, Tomo III, 1884
Alberto Bessa, Almeida Garrett no Pantheon dos Jeronymos, 1902
Alfredo de Pratt, O divino poeta, 1903
Latino Coelho, Garrett e Castilho, estudos biográficos, 1917

Internet Archive:(bibliografia):
Catão [1821], 2.a ed. 1830
Teophilo Braga, Obras completas de Almeida Garrett, Volume I, 1904
Teophilo Braga, Obras completas de Almeida Garrett, Volume II, 1904
...

Biblioteca Nacional de Portugal:
Bicentenário de Almeida Garrett
Roteiro bio-bibliográfico
Obras em formato digital
A Enciclopédia de Garrett Enciclopedista
Modernidade e Romantismo em Almeida Garrett
Viagens na Minha Terra: caminhos para a leitura de uma "embaraçada meada"
Modos de cooperação interpretativa na leitura escolar do Frei Luís de Sousa
A Question of Timing: Madalena's role as 'uma mulher à beira duma crise de nervos'
Catão em Plymouth
O Camões garrettiano
Um Auto de Gil Vicente and the Tradition of Comedy
Iconografia

Biblioteca Nacional de Portugal (bibliografia):
Hino Patriótico (poema), Porto 1820, folheto impresso [Recuper. por Teófilo Braga, in Garrett e os Dramas Românticos, Porto 1905]
Proclamações Académicos, Coimbra 1820, folhetos mss. [Reprod. in O Patriota, nº 67 (15 Dez.), Coimbra 1820]
Ao corpo académico (poema), in Colecção de Poesias Recitadas na Sala dos Actos Grandes da Universidade [...], Coimbra 1821 [Recuper. por Martins de Carvalho, in O Conimbricense, Ano XXVII, nº 2823 (14 Ag.), Coimbra 1874]
O Dia Vinte e Quatro de Agosto (ensaio político), Lisboa Ano I (1821)
O Retrato de Vénus (poema), Coimbra Ano I (1821) [Incl.: Ensaio sobre a História da Pintura]
Catão. Tragédia, Lisboa Ano II (1822) [Incl.: O Corcunda por Amor, farsa, co-autoria de Paulo Midosi]
Aos Mortos no Campo da Honra de Madrid. Epicédio, folheto [reprod. do Jornal da Sociedade Literária Patriótica, 2º trim., nº 18 (13 Set.), Lisboa 1822, vol. II, pp. 420-423]
Oração Fúnebre de Manuel Fernandes Tomás, Lisboa 1822, opúsculo [Colig. in Discursos e Poesias Fúnebres [...], Celebradas para Prantear a Dor e Orfandade dos Portugueses, na Morte de Manuel Fernandes Tomás, Lisboa 1823]
Camões. Poema, Paris 1825
Dona Branca, ou A Conquista do Algarve (poema), Paris 1826
Da Europa e da América e de Sua Mútua Influência na Causa da Civilização e da Liberdade (ensaio político), in O Popular, jornal político, literário e comercial, vol. IV, nº XIX (Mai.), Londres 1826, pp. 25-81
Bosquejo da História da Poesia e da Língua Portuguesa, in Parnaso Lusitano ou Poesias Selectas dos Autores Portugueses Antigos e Modernos, vol. I, Paris 1826 [Incl.: introdução A Quem Ler]
Carta de Guia para Eleitores, em Que se Trata da Opinião Pública, das Qualidades para Deputado e do Modo de as Conhecer (ensaio político), Lisboa 1826, opúsculo Adozinda. Romance (poema), Londres 1828 [Incl.: Bernal Francês]
Lírica de João Mínimo, Londres 1829
Lealdade, ou a Vitória da Terceira (canção), Londres 1829, folheto Da Educação. Livro Primeiro. Educação Doméstica ou Paternal, Londres 1829
Portugal na Balança da Europa. Do Que Tem Sido e do Que Ora Lhe Convém Ser na Nova Ordem de Coisas do Mundo Civilizado (ensaio político), Londres 1830
Elogio Fúnebre de Carlos Infante de Lacerda, Barão de Sabroso, Londres 1830, folheto Carta de M. Cévola, ao futuro editor do primeiro jornal liberal que em português se publicar (panfleto político), Londres 1830 [Pseud.: Múcio Cévola, 2ª ed. transcrita in O Pelourinho, nº V, Angra [1831?, com o título Carta de M. Cévola, oferecida à contemplação da Rainha, a senhora Dona Maria segunnda]
Relatório dos decretos nº 22, 23 e 24 [reorganização da fazenda, administração pública e justiça], Lisboa 1832, folheto [Reprod. in Colecção de Decretos e Regulamentos [...], Lisboa 1836]
Manifesto das Cortes Constituintes à Nação, Lisboa 1837, folheto [Reprod. in Diário do Governo, nº199 (24 de Ag.), Lisboa 1837]
Da Formação da Segunda Câmara das Cortes. Discursos Pronunciados nas Sessões de 9 e 12 de Outubro, Lisboa 1837
Necrologia [do conselheiro Francisco Manuel Trigoso de Aragão Morato], in O Constitucional, nº 272 (13 Dez.), Lisboa 1838 [Relatório ao] Projecto de lei sobre a propriedade literária e artística, in Diário da Câmara dos Deputados, Vol. II, nº 35 (18 Mai.), Lisboa 1839
Discurso do Sr. Deputado pela Terceira, J. B. de Almeida Garrett, na Discussão da Resposta ao Discurso da Coroa, Lisboa 1840 [Discurso dito do Porto Pireu, em resposta a José Estevão] Mérope, tragédia.
Um Auto de Gil Vicente, drama, Lisboa 1841.
Discurso do Sr. Deputado por Lisboa J. B. de Almeida Garrett na Discussão da Lei da Décima , Lisboa 1841, folheto
O Alfageme de Santarém, ou a Espada do Condestável, Lisboa 1842
Elogio Histórico do Sócio Barão da Ribeira de Saborosa, in Memórias do Conservatório Real de Lisboa, Tomo II (8), Lisboa 1843
Memória Histórica do Conselheiro A. M. L. Vieira de Castro, biografia, Lisboa 1843, folheto [Anón., sobre o ministro setembrista António Manuel Lopes Vieira de Castro]
Romanceiro e Cancioneiro Geral, Lisboa 1843 [Incl.: Adozinda (2ª ed.) e outros «romances reconstruídos»]
Miragaia, Lisboa 1844, folheto impresso [de Jornal das Belas Artes] Frei Luís de Sousa, drama, Lisboa 1844 [Incl.: Memória. Ao Conservatório Real, lida na representação do drama no teatro da Quinta do Pinheiro em 4 de Julho 1843]
O conselheiro J. B. de Almeida Garrett [Autobiografia], in Universo Pitoresco, nº 19-21, Lisboa 1844 [Carta sobre a origem da língua portuguesa], ensaio literário, in Opúsculo Acerca da Origem da Língua Portuguesa [...] por dois sócios do Conservatório Real de Lisboa, Lisboa 1844
O Arco de Santana. Crónica portuense, romance, vol. I, Lisboa 1845 [Anón.]
Os Exilados, À Senhora Rossi Caccia, poesia, Lisboa 1845, folheto [Reprod. in Revolução de Setembro, nº 1197 (31 Mar.), Lisboa 1845, p. 2, anónimo e título A Madame Rossi Caccia, cantando no baile de subscrição a favor dos emigrados]
Memória Histórica do Conde de Avilez, biografia, in Revolução de Setembro, nº 1210 (15 Abr.), Lisboa 1845
Flores Sem Fruto (poesia), Lisboa 1845
Da Poesia Popular em Portugal, ensaio literário, in Revista Universal Lisbonense, Tomo V, nº 37 (5 Mar.) – 41 (2 Abr.), Lisboa 1846; [cont. sob título:]
Da Antiga Poesia Portuguesa, in id., Tomo VI, nº 9 (23 Jul.), 13 (20 Ag.), Lisboa 1846
Viagens na Minha Terra, romance, 2 vols., Lisboa 1846
Filipa de Vilhena, comédia, Lisboa 1846 [incl.: Tio Simplício, comédia, e Falar Verdade a Mentir, comédia]
Parecer da Comissão sobre a Unidade Literária, in Revista Universal Lisbonense, nº 16 (10 Set.), Lisboa 1846, vol. VI, sér. II, pp. 188-189 [dito Parecer sobre a Neutralidade Literária, da Associação Protectora da Imprensa Portuguesa, assinado por Rodrigo da Fonseca Magalhães, Visconde de Juromenha, A. Herculano e João Baptista de A. Garrett]
Sermão pregado na dedicação da capela de Nª Srª da Bonança, folheto, Lisboa 1847 [raro, reproduzido com o título Dedicação da Capela dos Srs. Marqueses de Viana (...) in Escritos Diversos, Lisboa 1899,
Obras Completas, vol. XXIV, pp. 281-284, redac.: Lisboa 1846]
Memória Histórica da Excelentíssima Duquesa de Palmela, Lisboa 1848 [folheto]
Memória Histórica de J. Xavier Mouzinho da Silveira, Lisboa 1849 [separ., reprod. de A Época. Jornal de indústria, ciências, literatura, e belas-artes, nº 52, tom. II, pp. 387-394]
O Arco de Santana. Crónica Portuense, romance, vol. II, Lisboa 1850
Protesto Contra a Proposta sobre a Liberdade de Imprensa, abaixo-assinado, folheto, Lisboa 1850 [Subscrito, à cabeça, por Herculano e mais cinquenta personalidades, contra o projecto de «lei das rolhas» apresentado pelo governo]
Necrologia de D.ª Maria Teresa Midosi, in Diário do Governo, nº 221 (19 Set.), Lisboa 1950
Romanceiro, vols. II e III, Lisboa 1851
Cópia de uma Carta Dirigida ao Sr. Encarregado de Negócios da França em Lisboa, Lisboa (19 Agosto) 1852 [litogr., sobre o tratado de comércio e navegação com o governo francês, que assinou como ministro dos negócios estrangeiros]
O Camões do Rossio, comédia, Lisboa 1852 [co-autoria de Inácio Feijó]
Folhas Caídas, poesia, Lisboa 1853
Fábulas – Folhas Caídas, poesia, 2ª ed., Lisboa 1853

Sem comentários: