Rua Nova dos Mercadores, aut. desc., século XVI. Imagem: Society of Antiquaries of London |
As primeiras notícias do projecto de calcetamento da Rua Nova de Lisboa constam de uma carta de D. João II, datada de Novembro de 1482, onde o rei (...) determinou, como trabalho prévio, a execução de uma planta "pyntada em papell", para melhor poder estudá-la e emitir o seu parecer [...]
Rua Nova dos Mercadores, aut. desc., século XVI. Imagem: Society of Antiquaries of London |
Seria através da acção de D. Manuel que a referida rua passaria a ter "um notável perfil urbano com edifícios de habitação de cinco andares, onde o piso térreo era ocupado pelas mais bem fornecidas lojas de toda a Europa em matérias-primas e objectos provenientes do Oriente e de África, autênticos "gabinetes de curiosidades" [...]
do Rossio, querendo ir para o mar, entram na rua Nova d’El-Rei, comprida e direita rua, que vai dar na grande rua Nova dos Mercadores, que por ser na principal parte da cidade e junto do mar ao longo dele, é lugar onde concorrem todos os mercadores e toda a mais gente de trato, que tem de comprido duzentos passos e de largo vinte; e sabe-se que rende em alugueres de casas oitenta mil cruzados [...]
Rua Nova dos Mercadores, aut. desc., século XVI. Imagem: Society of Antiquaries of London |
há nesta rua, além d’outras coisas, edifícios admiráveis, de tantos pavimentos e com tantos inquilinos, que não se conhecem uns aos outros nem de cara nem de nome [...]
Rua Nova dos Mercadores em 1521, Livro de Horas de D. Manuel, iluminura atribuida a António de Holanda. Imagem: MNAA |
passando a Praça Nova do Rei, que transborda de entalhadores, joalheiros, ourives, cinzeladores, fabricantes de vasos, artistas da prata, de bronze e de ouro, bem como de banqueiros, cortando á esquerda, chegaremos a uma outra artéria que tem o nome de Rua Nova dos Mercadores, muito mais vasta que todas as outras ruas da cidade, ornada, de um lado e de outro, com belíssimos edifícios [...] (1)
(1) André Carneiro, Espaços e paisagens. Antiguidade clássica e heranças contemporâneas. Vol. 3, Coimbra, Associação Portuguesa de Estudos Clássicos, 2011
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