sexta-feira, 10 de abril de 2020

Nau D. João VI (1816-1852)

A nau foi lançada à água em 24 de Agosto de 1816, sob o nome de "D. João VI". Antes recebeu o nome de "Nossa Senhora dos Mártires" e "D. João, Píncipe Regente". A sua construção foi dirigida pelo Capitão-tenente construtor naval António Joaquim de Oliveira. 

Nau D. João VI, Franz Joseph Frühbeck, c. 1817.
 Brasiliana Iconográfica

A figura de proa, obra do pintor Sequeira, representava o génio de Lízia [Lísia, Lisboa]. Aparelhava a galera de três mastros com papa-figos, gáveas, joanetes e três velas de proa.

Nau D. João VI, castelo de popa, Franz Joseph Frühbeck, c. 1817.
Brasiliana Iconográfica

A lotação em 1817 era de 537 homens. Em 1817, armou com 74 bocas de fogo.

Nau D. João VI, o almoço dos marinheiros, Franz Joseph Frühbeck, c. 1817.
Brasiliana Iconográfica

Em 1817, achou-se na força naval para acompanhar a noiva escolhida para D. Pedro de Alcântara, a arquiduquesa Maria Leopoldina Josefa Carolina e comitiva, da Aústria para o Brasil. 

Nau D. João VI, salão comunitário, Franz Joseph Frühbeck, c. 1817.
Brasiliana Iconográfica

Em 1821, largou do Rio de Janeiro para Portugal, integrado na força naval que conduziu o Rei D. João VI, família e o corpo da falecida rainha D. Maria. 

Lisboa, Praça do Comércio, desembarque de D. João VI, 4 de julho de 1821, Constantino Fontes.
Wikipédia

Depois, a nau largou para o Rio de Janeiro com escala por Pernambuco, incluída na expedição chefiada por Maximiliano de Sousa, com o intuito de obrigar D. Pedro á obediência. Apesar do insucesso da expedição largou, novamente, para a Baía integrada na expedição ao mando de João Félix Pereira de Campos. 

Em Abril de 1823 cruzou no mar da Baía incluída na esquadra portuguesa. Em 1826 desempenhou comissão a Brest, com a missão de conduzir D. Miguel ao Rio de Janeiro [que D. Miguel declinou]. 

Em 1829, saiu incluída numa expedição miguelista aos Açores [v. artigo dedicado].


Açores, Villa da Praia Ataque da 3.ª no dia 11 de Agosto de 1829.
Tenente Gualvão do Regimento dos Voluntarios da Rainha, c. 1830.
Fortalezas.org


Furou o bloqueio de Lisboa, integrada na esquadra ao mando de João Félix Pereira de Campos [as forças de bloqueio "commandadas pelo almirante Sartorius, compunham-se de duas fragatas, um bergantim, e dois barcos de vapor, além de algumas escunas, sahindo mais adiante de barra em fóra para se lhes reunirem tres galeras barcas, armadas em corvetas, e mais dois bergantins. As fragatas eram a Rainha de Portugal, e a D. Maria 2.a; as corvetas a Constituição, a Portuense, e a Regencia de Portugal; os brigues o Vinte e três de Julho, o Mindello, e o conde de Villa-Flôr. As forças miguelistas, que do Tejo haviam sahido, commandadas pelo chefe de esquadra, Judo Feliz Pereira de Campos, compunham-se da náo D. João 6.°, da fragata Princesa Real, das corvetas Cybelle, e Isabel Maria, dos bergantins Audaz, Providencia, e Vinte e dois de Fevereiro" cf. Luz Soriano, História do cerco de Porto...]. 

Achou-se na batalha naval do Cabo de S. Vicente, em 5 de Agosto de 1833.

Nau D. João VI (à direita na imagem).
Sketch of Napier's glorious triumph over the Miguelite Squadron, George Philip Reinagle, 1833.
Biblioteca Nacional de Portugal

Em 1852 a comissão de vistoria deu o navio por inútil, sendo a nau desmanchada. (1)


(1) Arquivo Histórico da Marinha

Mais informação:
Arquivo Histórico da Marinha: Nau D. João VI, Registo de Divisões
Arquivo Histórico da Marinha: Nau D. João VI, Registo de Ordens
Arquivo Histórico da Marinha: Nau D. João VI, Registo de Quartos

Outra informação:
A first rate ship of the line, A. P. D. G., Sketches of Portuguese Life...

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