sábado, 27 de janeiro de 2018

O Manteigueiro

Este palácio, um dos bons edifícios integrados na freguesia da Encarnação, situa-se na Rua da Horta Seca n.os 15-17-19, à esquina da Rua da Emenda (que foi Travessa do Mel), onde tem os n.os 87-89-91 e possui outro meio de comunicação na Rua das Chagas, onde um portão de ferro, com o n.° 18 (primitivamente n.° 20), abre para um extenso corredor, que liga com o jardim, nas traseiras do edifício, e que servia à criadagem e dava passagem às carruagens. 

Palácio do Manteigueiro, Palácio da Horta Seca (detalhe), Candida Höfer, Formas de ver o mundo, 2006.
Imagem: Christie's

A entrada principal faz-se actualmente pelo n.º 15 da já citada Rua da Horta Seca, nome que foi muito acertadamente transmitido e que denota afinidades directas com a artéria vizinha, que a toponímia citadina designou Travessa do Sequeiro das Chagas.

São ambas velhas de séculos, saudosas da sua contemporânea, a desaparecida Travessa dos Gatos, que se foi com os Casebres do Loreto, tornados célebres pelo muito que resistiram às inclemências do tempo [...]

Casebres do Loreto, antigo Palácio dos Marqueses de Marialva, colecção Julio de Castilho.
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

A origem deste palácio data de 1787 e a sua construção foi entregue ao arquitecto Manuel Caetano de Sousa (Eduardo de Noronha atribui a obra ao arquitecto Altronochi, Milionário Artista, pág.184), por mandado de Domingos Mendes Dias, natural da povoação de Medeiros, freguesia e comarca de Montalegre, província de Trás-os-Montes, que destinou a luxuosa moradia a sua residência. 

Muito jovem ainda, fugiu aos pais e começou a vida em Lisboa como aguadeiro, depois foi marçano de mercearia e a seguir ao terramoto já se classificava "negociante ela praça de Lisboa". 

Isto diz o Abade de Miragaia (P.e Pedro Augusto Ferreira), que foi o continuador de Pinho Leal no seu notável Portugal Antigo e Moderno, porque Tinop dá este batalhador como emigrado no Brasil, onde se entregou ao comércio de mercearias, tornando-se um novo-rico, numa época anterior à consagração desse termo. 

O afortunado transmontano, que se não fora a riqueza acumulada não passaria dum ignorado e humilde cidadão, chegou a fidalgo da Casa Real e atribui-se a origem da sua sólida posição, ao comércio de manteigas por grosso, que montou em Lisboa, daí lhe advindo o epíteto de "Manteigueiro". 


É outra a versão apresentada pelo Abade de Miragaia, que, fazendose eco de correntes diferentes, insinua como possíveis meios condutores do amealhamento dos grossos cabedais, "lanço feliz de rede por ocasião do terramoto", contrabando ou interesses ligados à expulsão dos jesuítas.

Domingos Mendes Dias era considerado um dos maiores capitalistas do seu tempo e deixou uma fortuna que, na data do falecimento, foi avaliada em seis e meio milhões de cruzados, correspondentes a dois mil e seiscentos contos de réis.

Apesar disso, até ao fim da sua vida, revelou-se um espírito tacanho, peculiar à sovinice de que deu bastas provas. Vivia com uma preta de avançada idade, que lhe preparava os alimentos, tudo do que havia de mais barato, e mandava servir o jantar dentro duma gaveta da sua secretária, que logo fechava, se alguma visita aparecia. 

Devido ao seu feitio miserável, este estranho milionário chegou a ser preso pela ronda, por se tornar suspeito, uma noite em que transportava às costas a fruta verde que apanhara do chão, numa das suas quintas dos arredores. Contava-se que, nas longas noites de inverno, o seu prazer favorito consistia em "formar cartuchos de cem peças de oiro".

Jamais soube tirar do dinheiro o bom partido que ele pode dar, esse ricaço asqueroso, que faleceu nos princípios do século XIX (já passara a esse estado em Agosto de 1804), em consequência de um ataque de ladrões, à punhalada, pois que, mesmo nessa emergência, achando os gastos exagerados, implorou do médico que o tratava, que fosse mais comedido nos remédios... Da poupança surgiu a gangrena, que o levou como a qualquer pobre de Cristo. 

O clínico que lhe assistiu, apresentado por Tinop como célebre e com o nome de Manuel Constantino (Lisboa de outrora, vol. 2.º, pág. 140) [...]

Transtornado por tanto luxo, e esquecendo os seus princípios, o antigo pobretão foi acometido pela mania das grandezas. E, querendo mostrar-se de origem fidalga, obteve de António de Sousa Pereira Coutinho, morgado de Vilar de Perdizes e vizinho na sua terra de nascimento, a sua aquiescência no tratamento de primo, prometendo, em troca, legar-lhe o palácio e toda a sua fortuna [v. A Revolução Liberal em Trás-os-Montes (1820-1834): o povo e as elites].

Planta do fragmento da cidade entre as Chagas e a Rua Direita do Loreto antes de 1755.
Imagem: Internet Archive

Não esqueceu o "brasileiro" a promessa feita, que "religiosamente cumpriu", e assim, por sua morte, o palácio da Rua da Horta Seca entrou na posse do morgado [v. Correio do Porto n° 61, quarta-feira 6 de dezembro de 1820], que teve como antepassado o reverendo António de Sousa, servidor dedicado dos duques D. Jaime e D. Teodósio, e representava a ilustre família Pereira Coutinho [...]

O fidalgo que se tornou herdeiro universal do "Manteigueiro", era tido como gastrónomo de primeira ordem, e um dos seus filhos, de nome Alexandre, deu brado em Lisboa com o seu exagerado janotismo. Apresentava-se elegantemente encasacado, de chapéu alto enformado a rigor e destacava-se nos salões como aprimorado dançador.

Uma irmã desse gentleman, D. Maria da Graça Pereira Coutinho, consorciou-se com Santana e Vasconcelos, 2.° visconde de Nogueiras, de seu nome completo Jacinto de Santana e Vasconcelos Moniz de Bettencourt, e que foi consul de Portugal no Peru, ministro em Washington, fidalgo-cavaleiro da Casa Real, deputado da Nação, comendador das Ordens de Cristo, de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e de Carlos III, de Espanha, funcionário superior do Ministério da Fazenda, jornalista e poeta de boa inspiração.

Sant'Anna e Vasconcellos (1824-1888).
Imagem: Biblioteca Nacional de Portugal

Santana e Vasconcelos [v. Diario Illustardo n° 162, 13 de fevereiro de 1888], que em política foi um acérrimo combatente contra a política de Costa Cabral, ganhou fama pela sua vida aventurosa de grande boémio, fazendo parte do grupo do marquês de Nisa, António da Cunha Sotto Mayor e outros elegantes da vida turbulenta e extravagante do século passado. 

Era dotado de um extraordinário vigor físico, grande espadachim e atirador de respeito; e porque as suas atitudes foram muitas vezes as de autêntico "Varredor de feira", deixou uma lista quase lendária de inacreditáveis episódios.

A esta curiosa figura se têm referido detalhadamente Bulhão Pato, Júlio Dantas, Pinheiro Chagas, Pinto de Carvalho, Ramalho, Palmeirim, Eduardo de Noronha, Sousa Bastos e outros mais.

*

Norberto de Araújo refere-se vagamente a este palácio, e, pelas averiguações de Tinop, se conclui que, durante algum tempo, após a morte do seu rico proprietário, os moradores do palácio não se fixaram por longo tempo, pois, em Agosto de 1804, era pedida a sua cedência para moradia temporária do conde de Caparica (D. Francisco de Meneses da Silveira e Castro, feito marquês de Valada pelo príncipe regente D. João — na mesma época habitou o seu palácio, no Calhariz, que foi do herói da Alfarrobeira, D. Álvaro Vaz de Almada, depois dos Távoras e ainda dos condes de Azambuja), que sofria de febres malignas, e, seis anos mais tarde, D. Miguel Pereira Forjaz (conde da Feira), na qualidade de ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros da Regência, determinava que essa casa ficasse à disposição do coronel Peacock, para que nela se pudesse estabelecer um hospital militar britânico.

O citado Abade de Miragaia dá Junot como aqui instalado em 1807, o que bem pode ser confusão com outro palácio, o do Loreto, que nessa data serviu ao representante diplomático da França, acreditado em Portugal. 

Outro morador foi o marquês de Lille, ministro plenipotenciário da França, em representação de Napoleão III, no tempo em que, no dizer de Tinop, "a contradança obedecia ao protocolo e a valsa perdia de vista o equilíbrio europeu".

Esse diplomata mandou executar grandes obras no palácio, com uma decoração rica e de bom gosto, tendo marcado a inauguração de tal acontecimento com um grandioso baile, a que se seguiram outros, não menos solenes. 

D. Pedro V, William Corden sobre original de Winterhalter.
Imagem: Palácio Nacional da Ajuda

Mas o corolário foi a festa de estrondo oferecida em 1855, em honra do nosso rei D. Pedro V, comemorativa da sua coroação.


Nesta casa solarenga também residiu, com sua família, o rico negociante de origem inglesa, João Fletcher, talvez a partir de 1826, época em que o palácio se transformou num grande centro de reuniões, principalmente da colónia inglesa, tendo hospedado naquele ano um general que viera na divisão de Clington.

A fachada principal na fase primitiva.
Imagem: Hemeroteca Digital

Bulhão Pato, um dos íntimos da Casa, conta que nos jantares e serões se reunia a primeira aristocracia, os mais altos titulares do país [v. Bulhão Pato, Memórias III, 1907]. 

João Fletcher tinha como vizinho e assíduo frequentador dos seus salões, o opulento negociante João Paulo Cordeiro, acérrimo miguelista e chefe duma quadrilha de caceteiros, e que a tal ponto levava o seu fanatismo político que, por cada ano de reinado de D. Miguel, metia nos dedos um anel com brilhantes.

Quando se verificou a derrota da causa do filho segundo de D. João VI, aquele súbdito inglês, que era muito afecto ao liberalismo, salvou a vida do poderoso magnate, recolhendo-o no seu palácio. Este rico negociante possuía igualmente casas na Ameixoeira e na Moita; e, nas suas propriedades no sítio do Ginjal, onde recebia principescamente os amigos, também deu abrigo a muitos miguelistas, no intuito de os salvar da fúria política. 

João Fletcher teria vindo para Lisboa anos depois de 1786, na intenção de proceder ao salvamento da carga do galeão espanhol "São Pedro de Alcântara" [v. O naufrágio do San Pedro de Alcántara], afundado em Peniche, e que do Peru, então colónia espanhola, havia sido enviado a Cadiz, "Com um carregamento no valor de 70 milhões de cruzados (28.000.000$000) em moedas, barras e baixelas de ouro e prata, além de outros objectos" (cf. Três palácios dos Correios na Rua de S. José, por Godofredo Ferreira). 

Naufragos llegando a la costa, Jean-Baptiste Pillement.
O naufrágio do San Pedro de Alcántara
Imagem: Museo del Prado

João Fletcher e seu sobrinho Alfredo William Howell, empreendedores do trabalho, acabaram por desistir, mas por cá continuaram a viver.



O primeiro ocupou na sociedade um lugar de destaque, e tornou-se curioso em Lisboa pela sua rara e notória excentricidade. Foi ele que, no ano de 1812, apresentou na capital o primeiro landau, que mandou vir de Londres e lhe custara 400 libras esterlinas [v. Bulhão Pato, Memórias III, 1907].

Bem lançado na sociedade, acompanhava assiduamente com o marquês de Nisa e outros fidalgos boémios. Frequentava os melhores salões e deixou fama no palácio das Laranjeiras, pelas anedotas que sabia contar e a que emprestava a sua graça. Era um perfeito "dandy", que não faltava nas corridas de cavalos, na ópera de S. Carlos e nos bailes das "assembleias" aristocráticas e outras festas mundanas.

Era amigo do prof. Melo Breyner e foi director da "Assembleia Estrangeira", que se chamara "Assembleia Inglesa", já existente em 1771, e onde na noite de 24 de Julho de 1833, dia da entrada do duque da Terceira na capital, se deu um baile, em que todas as senhoras se apresentaram vestidas de azul e branco.

Duque da Terceira por John Simpson, após 1834.
Imagem: Parques de Sintra

Em 1816 apresentou à Real Junta do Comércio um projecto para a criação de um estabelecimento bancário em Lisboa [v. Arquivo Distrital de Braga].

João Fletcher era neto dum oficial de engenharia inglês [tenente-coronel J. Fletcher, comandante do corpo de engenheiros de Wellesley] que batalhou nas linhas de Torres Vedras [e na Linha de Defesa da Margem Sul do Tejo, integrante das Linhas de Defesa de Lisboa, em 1810, v. Cronologia breve da Torre Velha (3 de 3) e A Arte da Guerra e o Castelo de Almada].

Castelo de Almada após as reparações de 1810, gravura (detalhe), Pierre Eugène Aubert (Aubert pére),
cf. Lisbon from Fort Almeida [sic], Drawn by C. Stanfield from a Sketch by W. Page, Engraved by E. Finden,
Fieldmarshal The Duke of Wellington.
Imagem: Biblioteca Nacional de Portugal

Sua filha, D. Constança Fletcher, consorciou-se com o tenente-general D. António José de Melo Homem (da família dos Condes de Murça), e desse casamento nasceu D. Tomás de Melo (D. Tomás José Fletcher de Melo Homem), que juntou à sua veia literária uma excentricidade buliçosa, com larga tradição boémia, que ficou reflectida na sua turbulenta biografia. 

Tomás de Melo não nasceu na casa da Horta Seca , como parecia a Bulhão Pato — quando muito, viveu lá os primeiros meses de infância —, mas sim no palácio de seu avô, na vila da Moita, a 23 de Fevereiro de 1836. 

Deixou uma filha, D. Maria Justina Micaela Tomásia José de Jesus de Melo Homem, que era conhecida por Maria de Melo e também se destacou na capital pelas suas fantasias , trajando sempre de maneira extravagante.


É a altura de nos referirmos à "Assembleia Lisbonense", também chamada "Assembleia da Horta Seca", considerada durante os catorze anos da sua vigência, o melhor centro da plutocracia e da alta política, que constituíam a nata dos partidários da "Carta" [v. Lisboa de outrora, vol. 2.º, pág. 124].

Correio das Damas, 1836.
Imagem: Biblioteca Nacional de Portugal

A ideia da sua formação surgiu numa conversa de amigos, presentes a um sarau da "Assembleia Recreativa" (funcionava no palácio Rio Maior), em Abril de 1836, lembrança do grande liberal Francisco José de Almeida, a quem logo se associaram José da Silva Carvalho, Rodrigo da Fonseca e outros categorizados elementos, que na assembleia geral de 17 desse mês, no salão de S. Carlos, elegeram aquele notável estadista para vice-presidente e deram o lugar imediatamente superior ao conde de Farrobo [v. O Conde do Farrobo a ação e o mecenato no século XIX].

Foi após nova assembleia geral, em casa deste titular, que se resolveu alugar o palácio, considerado óptimo para o efeito e estabeleceu-se a quota de 9$600 réis (2 moedas). O contrato de arrendamento datou-se de 12 de Maio de 1837, o senhorio continuava a ser o morgado de Vilar de Perdizes e João Fletcher, que ainda era inquilino, foi quem mostrou as casas.

Tinop dá como instalada no Palácio do Manteigueiro, em 1829, a "Assembleia Portuguesa", por transferência do palácio Valadares, no Largo do Carmo; mas, tomando em conta o tempo em que João Fletcher permaneceu nesse palácio (de 1826 a 1836) e outra referência do valioso cronista, relativamente ao "Club Lisbonense", que na fundação, em 1835, aproveitou o citado edifício do Largo do Carmo, da então extinta "Assembleia Portuguesa", somos levados a concluir que houve inexactidão na primeira afirmativa.

Em reforço desta opinião, lemos em Eduardo de Noronha que o "Club Lisbonense" foi descendente da "Assembleia Portuguesa". 

Logo, esta acabou os seus dias nas vizinhanças das ruínas do Convento [do Carmo] fundado pelo vencedor de Aljubarrota. Com o pretexto de dar aos salões um aspecto moderno, cometeu-se a barbaridade de arrancar ou substituir as ricas decorações, como os espelhos, os damascos das paredes, os caixilhos doirados das sobreportas, e os estuques dos tectos, vendendo-se aos ferros-velhos as portas de madeira do Brasil. 

As portas da nova Assembleia abriram-se a 15 de Agosto, e, em 21 de Novembro, fez-se a inauguração com o 1.° baile, que decorreu entre primores de luxo e galantaria. Estavam presentes, e tornaram-se certos em todas as festas, os Fronteiras, Palmelas, Farrobos, Vilas Reis, Ficalhos, Terceiras, Braamcamps, tudo o que de mais nobre e de mais fidalgo compunha a alta sociedade da época. 

Palácio do Manteigueiro, Palácio da Horta Seca (detalhe), Candida Höfer, Formas de ver o mundo, 2006.
Imagem: Christie's

Muitas vezes não foi estranha a presença da rainha a Senhora D. Maria II, de D. Fernando, da imperatriz-duquesa viúva de D. Pedro, e das Senhoras Infantas.

Em honra do marquês de Fronteira [José Trazimundo Mascarenhas Barreto, 7º marquês de Fronteira] deram-se alguns jantares e bailes, manifestações políticas dos seus partidários e camaradas no exército, e teve especial realce o baile de 21 de Abril de 1838, em benefício do Asilo de Mendicidade. 

Nessa época dançava-se por toda a parte. As casas nobres ou abastadas davam continuamente festas. Os condes de Farrobo, do Carvalhal e de Penafiel e o marquês de Viana, formavam em primeiro plano, escancaravam os seus salões, para que neles entrasse a aristocracia, a tomar parte nos mais esplendorosos bailes, muitas vezes acompanhados de magnificentes jantares, chás de grande distinção e concertos da mais sublimada arte. 

O general Pourcet de Fondeyre, que visitou o nosso país e chegou a Lisboa em 8 de Outubro de 1842, no seu livro "Lisbonne et le Portugal" [v. J. Pourcet de Fond, Lisbonne et le Portugal, Paris, 1846], não esqueceu referenciar a Assembleia Lisbonense, porque lá esteve em noite de recepção [...]

François d'Orléans, príncipe de Joinville (detalhe).
Chateau de Versailles, Franz Xavier Winterhalter, 1843.
Imagem: REPRO TABLEAUX

O ilustre visitante destacou [também] da assistência o capitão Napier, "Un homme petit, gros, rouge et Anglais", que ostentava "Un habit de marin et une quantité de décorations", estava rodeado de "nombreux courtisants qui l'assiégerent aussitôt", e «malgré son âge, sa dignité et sa confirmation, il dansa" [...]

Almirante Charles Napier por John Simpson, após 1834.
Imagem: Parques de Sintra

Esta agremiação, nascida sob a influência do romantismo, importado de França pelos emigrados que haviam fugido ao miguelismo, não resistiria às perturbações nascidas duma política nacional incerta e revolucionãria, que o constitucionalismo reprimia a custo.

Localização do Palácio do Manteigueiro no cruzamento das ruas da Horta Seca e Emenda e acesso à rua das Chagas.
Atlas da carta topográfica de Lisboa (detalhe da carta 42), Filipe Folque, 1857.
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

Quando, a 27 de Julho de 1851, numa almoeda que foi pasto de natural coscuvilhice, ecoava o pregão do leiloeiro, significativo de que findara o luxo e o fausto vividos adentro desses salões, já a "Assembleia Lisbonense" perdera todo o esplendor e grandeza [...]


(1) Mário Costa, Olisipo n.° 82, abril de 1958

Informação relacionada:
Correio do Porto n° 61, quarta-feira 6 de dezembro de 1820
Manoel Caetano de Sousa
Secretaria-Geral da Economia, Biblioteca e Arquivo Histórico
Câmara Municipal de Lisboa, Palácio do Manteigueiro
Illustração Portugueza n° 367, 8 de janeiro de 1912
Paixão por Lisboa, Palácio do Manteigueiro
Ruas de Lisboa com alguma história, Rua da Horta Seca
Carlos Malheiro Dias, Em redor de um grande drama

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