Foi-lhe atribuído (em fevereiro de 1794) o comando da nau Rainha de Portugal, que foi integrada na Esquadra do Canal – naus Vasco da Gama (74), D. Maria I (70), Conde D. Henrique (80), Rainha de Portugal (74) e Princesa da Beira (64), fragatas Princesa Carlota (44) e São Rafael (44) e brigues Voador (22) e Falcão (24) – comandada pelo Chefe-de-esquadra António Januário do Vale.
Domingos Xavier de Lima (1765-1802), 7° Marquês de Nisa, Domenico Pellegrini, 1801. Museu de Marinha |
Largando de Lisboa a 12 de Julho de 1794 a frota portuguesa participou com a esquadra britânica do almirante Howe no patrulhamento do Canal da Mancha e na escolta de navios mercantes. A sua última missão foi a escolta de navios provenientes das Índias Orientais e do Estreito até ao Cabo Finisterra em colaboração com as forças de Howe; em 1 de Março de 1795 regressou a esquadra ao Tejo após 14 dias de viagem (...)
Em 10 de Setembro de 1795 foi promovido a Chefe de Divisão, antes de completar 30 anos de idade, continuando, no entanto, no comando da nau Rainha de Portugal.
Terminava assim a sua brilhante carreira de oficial superior. Durante este período comandou 4 navios, três deles novos, num período de cinco anos (descontado o ano da participação na Campanha do Rossilhão) tendo andado fora da barra de Lisboa mais de 24 meses.
Foi-lhe atribuído então o comando de uma força naval – naus Rainha de Portugal (74) e Princesa da Beira (64), fragatas Ulisses (44) e Nossa Senhora das Necessidades (ou Tritão) (44) e brigue Gaivota do Mar (24) (...)
Em Dezembro de 1796, o Marquês de Nisa deixa o comando da Rainha de Portugal e passa para a nau Príncipe Real de 90 peças, por ter sido nomeado Chefe do Estado-Maior da esquadra surta no Tejo, então comandada pelo Tenente-general Bernardo Ramires Esquível.
Com o desembarque deste oficial em 9 de Janeiro de 1797, Nisa assumiu o comando daquela força naval.
Em 5 de Junho do mesmo ano, com 31 anos, Nisa foi promovido a Chefe-de-Esquadra, posto hoje correspondente a vice-almirante.
Uma carta Régia de 23 de Julho nomeia o Marquês de Nisa para comandante-chefe de uma esquadra de guarda-costas – naus Príncipe Real (90), Rainha de Portugal (74), Afonso de Albuquerque (64), Nossa Senhora do Monte do Carmo (ou Medusa) (74) e São Sebastião (64), corveta Andorinha (26) e brigue Lebre (24) – que deveria cruzar junto ao Cabo Finisterra durante 8 a 15 dias para proteger a navegação portuguesa contra os corsários franceses.
Depois deveria dirigir-se para o Cabo de São Vicente e integrar na sua esquadra todos os navios que se encontrassem ao Sul do Algarve. Deveria ainda a esquadra proteger a navegação dos navios de transporte que, de Tânger navegam para o Algarve e os do comércio do trigo da costa de África, nomeada- mente de Safim e de Mazagão; deveria ainda dar comboio a alguns navios que de Lisboa, iriam transportar munições para o Porto.
Caberia ainda a Nisa evitar que os franceses saíssem o estreito de Gibraltar e, caso aparecessem com forças superiores às suas participasse o facto ao almirante britânico Jervis – com quem deveria manter correspondência – para que o auxiliasse contra o inimigo comum. Durante esta missão deveria ainda ser providenciado o treino das guarnições em exercícios de guerra e manobras, bem como promover a prática aos oficiais de marinha.
A esquadra que saiu de Lisboa a 27 de Julho, manteve-se em cruzeiro até 13 de Outubro, tendo representado um intenso e prolongado treino de mar e de navegação para todos os navios.
Em 28 de Agosto de 1797 foi criada a Brigada Real de Marinha, que substituía os dois Regimentos da Armada e o Regimento de Artilharia da Marinha. Um Decreto de 17 de Outubro daquele ano nomeou o Marquês de Nisa para o cargo de Inspector daquela brigada, cargo que ocupou até Maio do ano seguinte, data em que foi nomeado para novo comando no mar.
Napoleão que prepara, em Toulon, a sua expedição ao Egipto sem que os ingleses se apercebam do seu destino, largou para o mar a 19 de Maio de 1798, e dirigiu-se a Malta, que ocupou; seguiu a 19 de Junho para o Egipto onde, depois de vencer a batalha das Pirâmides, a sua esquadra seria destruída por Nelson a 1 de Agosto.
Foi pela incerteza quanto ao destino da expedição francesa, que o Governo português mandou aprontar a Esquadra do Oceano, de 6 navios.
Em Maio de 1798 o chefe de esquadra (vice-almirante) Marquês de Nisa recebeu ordem para assumir o comando de uma esquadra que se destinava a cooperar com os ingleses no Mediterrâneo na luta contra os franceses.
Deveria, por isso dirigir-se a Lagos e entrar em contacto com o almirante lorde Jervis, comandante-chefe da esquadra britânica do Mediterrâneo e que se encontrava então no bloqueio do porto de Cádis.
The Harbour of Cádiz, Alexandre-Jean Noel, 1796. British Library |
Em Maio de 1798 o Marquês de Nisa assumiu o comando de uma força naval que se destinava a cooperar com os britânicos no Mediterrâneo. Nisa deixou Lisboa a 5 de Maio de 1798 com uma esquadra composta pelas naus Príncipe Real e Rainha de Portugal; deveriam juntar-se-lhe as naus Afonso de Albuquerque e São Sebastião, a fragata Benjamim e o brigue Falcão, todos já em cruzeiro na costa (...)
D. Domingos recebe, entretanto, instruções de Lisboa para não se juntar à esquadra britânica e seguir para os Açores onde deveria cruzar e esperar os navios da frota do Brasil que ali era aguardada.
Suspendendo a 20 de Maio de Lagos, Nisa aproveitou a viagem para estudar as qualidades náuticas dos navios e adestrar as guarnições. Concluiu o Marquês que a fragata Benjamim, com mar chão era o navio com melhor andamento; a nau Rainha de Portugal era a mais veleira das naus, e pelo contrá- rio, a São Sebastião e a Afonso de Albuquerque eram as mais ronceiras; a nau Príncipe Real andava mal de bolina e tinha mau governo, sendo difícil mantê-la no rumo (...) (1)
(1) José Rodrigues Pereira, Academia de Marinha, Memórias, 2015
Informação relacionada:
O ilustre almirante Marquês de Nisa, Revista da Armada, 2004
D. Domingos Xavier de Lima, 7° Marquês de NIsa (1765-1802, Revista da Armada, 2007
Academia de Marinha, Memorias
Mais informação:
Navios da Real Marinha de Guerra Portuguesa I
Navios da Real Marinha de Guerra Portuguesa II
etc.
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