Ballads singers in the place du Rocio (detail), Henri l'Évêque, c. 1800. Henri l'Évêque, Costume of Portugal, 1814 |
Também em Londres há cantores de rua que param nas esquinas, mas que diferença! Às vezes fica-se tentado pagar para permanecerem calados enquanto o prazer que os de Lisboa vos fazem sentir, involuntariamente vos predispõe a ajudá-los.
De todas as línguas derivadas do latim, o português talvez seja a que mais guarda semelhança com a língua materna. Pleno de vogais sonoras e deslumbrantes oferece ao cantor pontos de apoio que lhe permitem desdobrar a riqueza de sua garganta e fazer reverberar todas as graças de sua voz.
Os portugueses, além disso, têm um ouvido tão justo quanto delicado se essas qualidades se devem à sua organização, ou à influência do clima, visto que se encontram mesmo nas pessoas das classes mais baixas, até entre os camponeses mais rudes que, sem arte, sem estudo, sem nenhum conhecimento de música, quase todos cantam suficientemente bem.
A gravura representa um desses cantores acompanhado pela sua esposa e por uma criança pequena. Em fundo na gravura vê-se o palácio da Inquisição que continua a existir em Portugal e hoje é o único lugar do cristianismo onde não foi abolido este formidável tribunal. (1)
(1) Henri l'Évêque, Costume of Portugal, 1814
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Fado V (recolha em História da poesia e Cancioneiro popular)
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Pretende o termo arcadiano, no contexto, o recuo do início da história do fado ao período da Arcádia Luzitana (ou Olissiponense, 1756-1759 e anos seguintes até 1776), com maior incidência no pré-romantismo (Nova Arcádia, 1790-1794 (formalmente) e anos seguintes).
Independentemente da controvérsia, trata-se de um pressuposto pessoal para uma forma de música e canto popular com expressão de dança próxima do fandango que se desenvolveu em paralelo com o neoclassissismo das elites.