Auto da Visitação (ou Monólogo do Vaqueiro) Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente (edição de 1586) |
Por quanto a obra de devoção seguinte procedeu de uma Visitação que o autor fez ao parto da muito esclarecida rainha Dona Maria, e nascimento do muito alto e excelente príncipe Dom João, o terceiro em Portugal deste nome, se põe aqui primeiramente a dita Visitação por ser a primeira cousa que o autor fez e que em Portugal se representou, estando o mui poderoso rei Dom Manuel, a rainha [Dona Leonor, sua irmã, a infanta Dona] Beatriz, sua mãi, e a senhora duquesa de Bragança sua filha, na segunda noite do nascimento do dito senhor.
Auto da Visitação (ou Monólogo do Vaqueiro) Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente (edição de 1586) |
E estando esta companhia assim junta, entrou um vaqueiro, dizendo:
PARDEUS! Sete arrepelões
me ferraram à entrada,
mas eu dei uma punhada
num daqueles figurões (...) (1)
E por ser cousa nova em Portugal, gostou tanto a rainha velha desta representação que pediu ao autor que isto mesmo lhe representasse às matinas do Natal, endereçado ao nascimento do redentor. E porque a substância era mui desviada, em lugar disto fez a seguinte obra. (2)
(1) Celebração Vicentina
(2) Noémio Ramos, Gil Vicente, Auto da Visitação
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Embrechados (3 de 5)
Mais informação:
Carolina Michëlis de Vasconcelos, Notas Vicentinas, preliminares de uma edição critica das Obras de Gil Vicente, 1912
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Gil Vicente, Teatro 1502-1536
Gil Vicente, o autor e a obra
Denise Rocha, Xilogravura do Auto de Inês Pereira (1523) de Gil Vicente
Conde de Sabugosa, Embrechados, Lisboa, Portugal-Brasil Lda., 1911
Leitura relacionada:
Maria José Palla, Gil Vicente as artes plásticas
As Barcas, de Gil Vicente, cinco séculos depois
Gil Vicente (HathiTrust)
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