Almirante Napier a
bordo da nau Rainha de Portugal no Tejo, depois da sua vitória sobre a
esquadra de D. Miguel em 1833. Museu de Marinha |
Tanto a nau D. João VI como a nau Rainha de Portugal, se renderam à fragata homónima desta última, na qual se encontrava Napier. Após a batalha, a fragata Rainha de Portugal ficou em Lagos a reparar os estragos sofridos na batalha e Napier dirigiu-se para Lisboa, comandando uma esquadra que incluía as duas naus acima referidas.
Almirante Parker da Armada Real prestando honras ao Almirante Napier, Comandante Chefe português, a bordo da Rainha de Portugal, no Tejo em 1833 Museu de Marinha |
Ele veio embarcado na D. João VI, que anteriormente era o navio chefe da esquadra miguelista. (1)
A náo Rainha de Portugal, fabricada ern 1790, foi huma das mais bellas obras deste Constructor (v. Torquato José Clavina), tanto pelo seu grande andamento, como por sua elegante fôrma, e por outras boas qualidades que muitas vezes attrahirão a admiração dos estrangeiros.
Por duas vezes que esta náo foi aos portos da Grã-Bretanha, os constructores Inglezes lhe tiravão o risco, e as dimensões.
Scale: 1:48. Plan
showing the body plan, stern board outline, sheer lines with inboard
detail, and longitudinal half-breadth for 'Rainha de Portugal' (circa
1791), a Portuguese 74-gun Third Rate, two-decker, as taken off at
Portsmouth Dockyard. Note that this ship was one of the Portuguese
warships to escort the Portuguese Royal Family and Government to Brazil
in 1807. Signed by Henry Canham [Assistant to the Master Shipwright,
Portsmouth Dockyard, 1801-1813]. cf. Royal Museums Greenwich |
A Rainha Senhora D. Maria I attendeo o merecimento deste Artista, concedendo-lhe o lugar e ordenado do seu antecessor, e condecorando-o com o habito da Ordem de N. S. J. Christo, Falleceo pelos annos de 1800. (2)
"Rainha de Portugal" (1791-1848) — Nau de 74 peças que foi lançada à água em Lisboa em 28 de Setembro de 1791. Entrou nas esquadras de socorro à Inglaterra em 1793,1794 e 1798-1800. Pertenceu a várias esquadras de guarda-costa. Era navio da esquadra que transportou ao Brasil a família real em 1807. Entrou no combate do cabo de S. Vicente em 5 de Julho de 1833, depois do que mudou o nome para Cabo de S. Vicente.
Sketch of Napier's glorious triumph over the Miguelite Squadron, George Philip Reinagle, 1833. Biblioteca Nacional de Portugal |
Em 1848 foi mandada desmanchar por inútil. (3)
(1) Museu de Marinha
(2) Bispo Conde D. Francisco, Lista de alguns artistas portuguezes..., Lisboa, 1839
(3) Cmdt. António Marques Esparteiro, Catálogo dos navios brigantinos (1640 - 1910)
Artigos relacionados:
Torquato José Clavina, constructor naval (I de II)
Nau D. João VI (1816-1852)
Batalha do Cabo de S. Vicente (5 de julho de 1833)
Leitura relacionada:
Os navios da Armada Real portuguesa em 1807, Revista da Armada n.° 413, novembro de 2007
O fim das naus e a Marinha da transição. Um Inquérito da Câmara dos Deputados (1853-1856)
Informação relacionada:
Modelos de navios existentes na Escola naval que pertenceram ao Museu de marinha, Lisboa, 1896
Cmdt. António Marques Esparteiro, Catálogo dos navios brigantinos (1640 - 1910)
O Recreio, jornal das familias vol. II, 1836
Royal Museums Greenwich: Rainha de Portugal' (circa 1791)
Nau "Rainha de Portugal", Revista da Armada n.° 14, novembro de 1972
Arquivo Histórico de Marinha: Nau Rainha de Portugal
Arquivo Histórico da Marinha: (pesquisa) Torcato José Clavina
A revolução industrial, Lisboa marítima e Marinha de Guerra, na obra de João Pedroso (1825-1890)
A marinha de guerra portuguesa desde o regresso de D. João VI a Portugal...