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Não é fácil compreender como todos esses acontecimentos, e as pressões que d. João passou a sofrer desde 1812 para que voltasse a Portugal combinaram-se para retardar a cerimônia de aclamação que, conforme o uso antigo, disse o próprio rei no decreto, sempre se realizava em momentos de transferência de poder da monarquia.
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| ... escudo Real Portuguez, inscrito na dita Esféra Armillar de Ouro em campo azul, com uma Corôa sobreposta... Carta de Lei, pela qual Vossa Magestade Ha por bem dar Armas ao seu Reino do Brasil |
Tampouco é claro como, e por quê, depois de tanto tempo, d. João decidiu-se por uma festa tão grandiosa e cara para um temperamento sempre referido como discreto e introspectivo e para uma monarquia considerada das mais pobres da Europa... (1)
O Paço transformou-se em uma praça imperial, na qual Montigny ergueu um templo de Minerva, que além da estátua da deusa abrigava outra de d. João VI, e um arco do triunfo foi desenhado por Debret e projetado por Taunay. Cada lado do arco continha colunas da ordem coríntia com estátuas de Minerva e Ceres, representando a sabedoria e a prudência do rei, além da fartura da terra.
No arco estava encenado, à direita, o desembarque do rei, amparado pela América e recebendo as chaves da cidade. À esquerda, o soberano recebia as homenagens das Artes e Comércio, em reconhecimento pelos favorecimentos de d. João, intitulado Libertador do Comércio, no friso que encimava as armas do Reino Unido no centro do arco, gravado com J.VI.
No meio da praça, um obelisco de mais de cem palmos de altura e “à imitação das agulhetas do Egito” que “fingia ser de granito”... (2)
(1) Jacqueline Hermann, O rei da América...
(2) Idem
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